Governo de Angola suspende as atividades de igrejas evangélicas do Brasil

Decisão foi tomada após a morte de 16 pessoas na IURD, em Luanda - Foto: reprodução / Obreiro em foco / ilustração

O governo de Angola suspendeu as atividades de igrejas evangélicas brasileiras no país. A decisão ocorreu após o episódio de 16 pessoas pisoteadas, asfixiadas e mortas durante um culto da Igreja Universal do Reino de Deus, na capital Luanda, em 31 de dezembro de 2012. A IURD foi ordenada a interromper suas reuniões religiosas por 60 dias.

Segundo informações da BBC Brasil, divulgadas no dia 07 de fevereiro, uma comissão de inquérito do poder Executivo angolano concluiu que as mortes foram causadas por “propaganda enganosa” e, especialmente, pela superlotação no estádio da Cidadela: 152 mil pessoas foram ao local, que tem capacidade para apenas 30 mil. O tema do culto era "O Dia do Fim: venha dar um fim a todos os problemas que estão na sua vida: doença, miséria, desemprego, feitiçaria, inveja, problemas na família, separação, dívidas etc”. Além da IURD, outras 6 igrejas evangélicas – dessas, 3 são brasileiras – foram penalizadas e fechadas: Igreja Mundial do Poder de Deus, Igreja Mundial Renovada e Igreja Evangélica Pentecostal Nova Jerusalém.

A Procuradoria Geral da República foi responsável pela investigação do episódio que, além de matar 16 pessoas, deixou outras 120 feridas. A Igreja Universal do Reino de Deus respondeu, em nota, que tomaria as medidas necessárias para retomar as atividades, além de se desculpar pela "detenção de pastores da IURD em diversas localidades de Angola, bem como a presença de viaturas policiais em nossos templos".

Em entrevista à Folha de São Paulo, no dia 27 de abril, o secretário do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Rui Falcão, relatou que "O que mais existe aqui em Angola são igrejas de origem brasileira, e isso é um problema, elas brincam com as fragilidades do povo angolano e fazem propaganda enganosa". Falcão também afirmou que "Essas igrejas não obterão reconhecimento do Estado, principalmente as que são dissidências, e vão continuar impedidas de funcionar no país. Elas ficam a enganar as pessoas, é um negócio, isto está mais do que óbvio, ficam a vender milagres".



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