Interesses religiosos de Feliciano interferem em Comissão de Direitos Humanos

Político também é alvo de protestos na Internet - Foto: Alexandra Martins / Agência Câmara

Os interesses religiosos do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) passaram a ser questionados por parcela da sociedade, após a sua eleição à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara, no dia 7 de março deste ano. O deputado, que é pastor e também presidente do Ministério Tempo de Avivamento, é acusado de ter dado declarações racistas, homofóbicas e machistas.

Sobre uma possível atuação de políticos evangélicos influenciados por valores e morais religiosas, Eduardo Lopes Cabral Maia, doutor em sociologia e professor adjunto do departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), fala sobre o assunto. “A questão principal é que, quando se trata do interesse das igrejas, sejam eles interesses morais, econômicos ou legais, os deputados, até mesmo por serem religiosos e compartilharem das crenças e interesses das igrejas, agem conforme esses interesses”, afirma.

Para o sociólogo, no entanto, as declarações feitas por Feliciano não devem ser encaradas como um pensamento generalizado da religião evangélica, mas sim, de um indivíduo. “Não se trata de perseguição de minorias por uma religião ou por um motivo religioso, mas do preconceito de um indivíduo, influenciado também, mas não exclusivamente, por valores religiosos, em relação a tais minorias. O problema, na minha opinião, é o deputado Marco Feliciano e não a religião evangélica”, aponta.

Rafaela Pedroso, 23 anos, estudante de direito, postou em sua página do Facebook uma sua foto sua, no qual segurava uma folha escrita “Sou bissexual, sou espírita e sou negra e Feliciano não me representa”. Sobre o assunto, a estudante declara ser contra o deputado e pastor na CDHM. “Ele desrespeita a minha cor e a minha orientação sexual. O Brasil tem que se mobilizar e tirar ele dessa Comissão”, desabafa.
Protestos para que Feliciano renuncie à presidência aconteceram em diversos estados do país e principalmente nas redes sociais, como o Twitter e o Facebook. Insatisfeitos quanto a atuação do presidente da CDHM, internautas se mobilizaram em uma espécie de manifestação nas redes sociais e passaram a tirar fotos com frases de suas características pessoais seguidas da frase “Feliciano não me representa”.




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